Nos
anos 50, as estradas brasileiras eram ainda piores que as de hoje: faltava
asfalto e sobrava lama. Não é de se espantar que a montadora americana Willys
Overland tinha se interessado pelo país nos tempos de industrialização entre o
fim do governo Vargas e o início dos anos JK.
Os
planos da Willys em São Bernardo do Campo-SP foram iniciados em 1952. Quatro
anos depois, a fábrica começou a montar os modelos Jeep, usando peças
genuinamente brasileiras. A Willys Station Wagon, até então importada, passou a
ser feita no Brasil no fim de 1958 e logo rebatizada de Rural-Willys. As linhas eram as mesmas do modelo americano. Um
detalhe característico era a pintura saia-e-blusa: verde e branca, vermelha e
branca, azul e branca, laranja e branca, cinza e branca e, outras combinações de cores.
Além
do uso no campo, o utilitário da Willys também era comum nas cidades e muito
usado como carro de frota. A primeira grande inovação veio na Rural de 1960: a
dianteira ganhou linhas exclusivas para o mercado brasileiro. O pára-brisa
passou a ser interiço e o mesmo aconteceu com o vidro traseiro, isso sem esquecer
a Pick-Up Jeep, na verdade uma Rural com caçamba.
Em
1967, a Ford incorporou a Willys-Overland do Brasil, as linhas Jeep e Rural
foram mantidas. A caminhonete chegou a ganhar um motor de 3.0 litros e dois carburadores
que rendia 140cv, havia também a versão quatro marchas. Para os padrões de
hoje, a Rural é um carro lento e beberrão (cerca de 6,5km/l na estrada, na
versão 4x2 com motor 2.6) Mas, o que importa num carro desses é a resistência:
mesmo alquebradas, muitas Rurais continuam prestando serviços em cidades do
interior ou para jipeiros e feirantes.
Eu, particularmente, tenho um carinho especial pela Rural. Conheci o carro quando
ainda criança morando na cidade de Caixas do estado Maranhão. Passei a admirar
a Rural Willys, cujo revendedor
autorizado era a empresa A. Silva S/A. Logo depois o carro levou o nome de Rural Jeep e, por fim, quando da
incorporação da fábrica pela Ford, em 1972 : foi renomeada Ford Rural mas, estava envelhecida, com quase três décadas de
mercado e devido à concorrência de outras peruas, como a Chevrolet Veraneio,
por exemplo, embora bem mais cara, forçou o fim da produção desse excelente
carro e dos seus irmãos, oriundos da Willys Overland do Brasil, exceto
a Pick-Up e o Jeep que permaneceram por mais cinco anos no mercado, fato acontecido em 1977.
Ah... está aí a Rural.
ResponderExcluirAprecio muito a rural wuilles.lembra meus tempos de jovem que tínhamos uma e adoráva-mos passear nela, nas imediações rurais.Carro pra ninguém botar defeito.Linda! Pena que o combustível de hoje não podemos mais usa-la.
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