quinta-feira, 21 de julho de 2016

Curiosidade: A História do Grande Sambista Noel Rosa



Noel de Medeiros Rosa, ou simplesmente, NOEL ROSA, nasceu às vésperas do natal, em 11 de dezembro de 1910, por isso, e pelo amor de seu pai à França, ganhou este nome (Natal, em francês, é Noel). O futuro sambista cresceu com um problema no maxilar inferior, que acabou sendo fraturado por conta do uso do fórceps durante o parto da sua mãe. Apesar das inúmeras tentativas da família de reverter o quadro, a deformação nunca foi corrigida.
Apesar da pressão familiar, Noel Rosa já sabia qual seria o seu destino: “Como médico, eu jamais serei um Miguel Couto, mas, quem sabe não poderei ser o Miguel Couto do samba?”, disse para um colega do Ginásio São Bento, onde estudava.
Foi para a Faculdade de Medicina, alegria da família, mas a única coisa que isso lhe rendeu foi o samba “Coração”, ainda assim com erros anatômicos. O Rio de Janeiro perdeu um médico, o Brasil ganhou um dos maiores sambistas de todos os tempos.
Viveu em Vila Isabel, tema de muitos sambas, assim como outros locais da então capital da República, de onde nunca se afastou. A fama de Noel, principalmente como violonista, se espalhou pelas ruas do bairro da classe média baixa, de que teve uma trajetória curiosamente musical. Inicialmente apenas participava de serestas, mas acabou sendo convidado para integrar um quinteto. Embora tenha aceitado o convite para o grupo, Noel sempre foi um corpo estranho no Bando de Tangarás, fundado em 1929. Começou, então, a se afastar dos outros quatro integrantes, especialmente depois de gravar sozinho o samba “Com que roupa?” inspirado no mundo da malandragem, que sempre o fascinou.
Noel, numa época em que não havia parcerias inter-raciais na música brasileira, compôs com Ismael Silva e Cartola, além de outros grandes nomes da canção popular, como Ary Barroso e Lamartine Babo. Atuou muito como cantor de rádio, mas os cachês modestos fizeram com que ele vivesse sempre em dificuldades financeiras.
Ao fim de 1934, descobriu que sofria de tuberculose nos dois pulmões, na época doença quase incurável, geralmente levaria o doente a óbito. Então, quase forçado, casou-se com Lindaura Martins. Outra descoberta lhe causou profunda infelicidade: um dos seus grandes amores, Juraci Correa de Moraes (Ceci) se envolveu amorosamente com Mário Lago, justamente quando Noel se mudou para Belo Horizonte, na esperança que o clima daquele lugar o curasse, mas, a tentativa fracassou, com apenas 26 anos de idade e de estar deixando um legado de 250 canções, a tuberculose lhe causou a morte, em 1937.



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